Como temos falado, Israel é há muito tempo o ecossistema de startups mais proeminente do Oriente Médio, com parte da região de Tel Aviv apelidada de “Silicon Wadi” e várias empresas de destaque nascendo no país.
Assim como o Vale do Silício, nos Estados Unidos – e todo ecossistema de capital de risco – a tecnologia é soberana em Israel. E as FinTechs estão recebendo mais e mais atenção. O sucesso israelense nesse setor é sem precedentes.
Ao longo de 2018, as FinTechs de Israel levantaram US $ 989 milhões, um aumento de 118% em comparação com os US $ 452 milhões de 2017. Isso marca um ano recorde para as FinTechs israelenses, superando o ano de 2016, quando US $ 639 milhões foram arrecadados.
O financiamento da tecnologia financeira em Israel aumentou em 2018 por algumas razões principais e se você é do mercado financeiro ou está buscando uma oportunidade de entrar nesse mercado que está sofrendo uma disrupção inédita, você precisa ler esse artigo até o final.
- Foco na tecnologia
Os israelenses, como sociedade, são muito engajados com as novas tecnologias, o que os torna abertos a experimentar novos aplicativos e programas.
A tecnologia é adotada na vida cotidiana e é considerada essencial pelo sistema educacional do país. Os desenvolvedores israelenses dominam a capacidade de usar algoritmos projetados para outros setores, como jogos, e adaptá-los às necessidades das FinTechs.
Além disso, o treinamento de inteligência do exército israelense produz consumidores com experiência em tecnologia que podem usar suas habilidades para fundar empresas de tecnologia no país, oferecendo um vasto conjunto de talentos e um grande número de startups.
Startups na área de FinTech começaram a oferecer diversos serviços como: proteção de informações, redes de negociação para mercado de ações, serviço de sala de dados virtual para pagamentos e transferências, criptografia, planejamento financeiro pessoal, proteção de dados, prevenção de fraudes e serviços ao cliente, entre muitos outros exemplos.
- A importância do empreendedorismo
Há muito foco em Israel em treinamento e financiamento de empreendedorismo, o que torna o ambiente amigável para startups.
O país possui muitas organizações bem-sucedidas de FinTechs, e há um grande conhecimento sobre o assunto disponível para os recém-chegados. Muitas empresas existentes estão investindo em novas startups que têm o potencial de se destacar no mundo das finanças.
- Um ambiente receptivo
O sistema bancário de Israel tem sido um defensor da inovação. Novas ideias e conceitos foram testados no mercado israelense com muito sucesso. As regulamentações financeiras do país tornam o local perfeito para criar e testar novos produtos desenvolvidos por FinTechs.
Muitos cidadãos israelenses trabalham no setor financeiro no exterior em países como os Estados Unidos. Seu conhecimento no setor é uma vantagem quando eles retornam a Israel para iniciar suas próprias empresas.
- Interesse global
A maioria dos grandes bancos do mundo está investindo em Israel, pois lá eles têm acesso à tecnologia de que precisam para criar produtos FinTech de sucesso. Os bancos estão sempre à procura de startups que tenham o potencial de sucesso para investir e obter benefícios mútuos.
- Aumento de Investimentos
As rodadas de financiamento estão aumentando à medida que aumenta a confiança dos investidores no setor. Em 2017, o valor médio foi de US$ 9,8 milhões, um número que cresceu para US$ 19 milhões em 2018. Em 2018, houve 23 rodadas de crescimento em startups de tecnologia financeira israelenses, em comparação com as 10 rodadas do ano anterior.
- Interesse por Tecnologias Emergentes (como Blockchain)
O financiamento cresce mais ainda para as tecnologias emergentes. Enquanto em 2015 apenas US$ 8 milhões foram investidos em FinTechs que usam a tecnologia Blockchain, esse número subiu para US$ 134 milhões nos últimos três anos. Assim, com mais FinTechs adotando novas tecnologias, provavelmente também veremos mais fluxo de financiamento para o setor.
Conclusão e repercussão desse impacto no Brasil
Há pouco mais de dez anos, apenas algumas transações bancárias podiam ser concluídas sem ir à agência. Os serviços financeiros estavam envoltos em mistério. As pessoas tinham aceitado a crença de que deveriam deixar as complexidades de suas finanças nas mãos dos bancos.
Com a crise financeira em 2008, as pessoas começaram a desconfiar das instituições financeiras e passaram a exigir preços competitivos, melhores serviços e mais transparência de seus bancos. Os clientes agora querem bancos inovadores. O conceito de FinTech nasceu e floresceu.
No Brasil, o maior expoente desse cenário é o Nubank. Criado em 2013, o banco que não tem nenhuma agência já é a sexta maior instituição financeira do país e, avaliado em mais de US$ 10 bilhões, já vale mais do que bancos tradicionais no país e grandes varejistas.
Porém, nesse ritmo, é possível que as Fintechs fundadas em Israel comecem a impactar os mercados de outros países, pois ao expandir-se para fora do mercado doméstico, as FinTechs israelenses conseguem atender a clientes globais, escalar com mais eficiência e atrair o interesse de mais investidores internacionais.
Portanto, esperamos que à medida que mais FinTechs israelenses se mudem de Israel para outros mercados para expandir seus negócios, haverá um número crescente de investidores internacionais interessados em financiar essas empresas e o impacto em mercados como o Brasil, pode ser enorme.
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